segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PERDAS

Parar para escrever sobre perdas, sobre a morte é algo tão surreal. As perdas são constantes e diárias envolvidas ao nosso cotidiano contemporâneo. Algumas são pequenas e outros insuperáveis. Sem fazer alusões a crenças religiosas, sobre o que há depois de partirmos, ou sobre o porquê estamos aqui.
Mas a valorização da vida, do viver. Do cognitivo e de nossa mente.
Por Tânia Silvestre
Janeiro 2012.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

ATENÇÃO

Em caso de apreensão ou morte dos integrantes do Grupo TRJ esse blog ficará desatualizado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ESCRITAS ALEATÓRIAS - Perca um minuto... Mas não perca a vida.

Aquele monte de listras brancas, paralelas, que ficam nas esquinas, indo de um lado a outro da calçada chama-se faixa de pedestres, certo?
Então, por que existe gente que insiste em atravessar a rua fora dela?
Pior: por que há pessoas que atravessam a rua a poucos metros de onde há uma faixa de pedestre?
E esse comportamento imbecil de algumas (muitas) pessoas não é privilégio só de grandes cidades não.
Quem mora em São Paulo já deve ter visto: quantas pessoas atravessam a Avenida Paulista pelo meio do quarteirão? No Rio, quantos atravessam a Avenida Atlântica assim? Campinas, Recife, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Bauru, Santos, Porto Alegre, Fortaleza, João Pessoa... Em qualquer cidade, há exemplos disso, inclusive Caxias do Sul, cidade onde o Grupo TRJ atua.
E os ônibus? Eles param no ponto no meio do quarteirão. O pedestre passa pela frente dele, enfia a cara pra ver se vem carro e atravessa.
Aí vem um carro, cujo motorista não está esperando aquela “aparição” em sua frente e pisa fundo no freio para evitar o choque – quando evita - correndo o risco de ser colidido pelo carro que vem atrás dele.
Aí o pedestre é atropelado e, se tiver a sorte de não se machucar, além de destruir o carro, ainda sai dizendo que o motorista “vinha correndo”.
Eu queria saber o que aconteceria se esse tipo de pedestre pudesse ser multado também quando fizesse uma “cagada” destas.
O Código Brasileiro de Trânsito, de 1998, se não me engano (se eu estiver errado, por favor, leitores, corrijam-me) previa alguma coisa neste sentido, mas faltava uma definição melhor deste tipo de punição e regulamentação.
Eu só sei que já estou cansado de ler notícias de atropelamentos de pessoas que atravessaram a rua fora da faixa de pedestres. E, sinceramente, espero não ser eu o próximo pedestre ou motorista a ter meu nome nos jornais e na TV, ou pior, nos registros de óbito.
Josias Silveira da Silva

ESCRITAS ALEATÓRIAS - Tirando um tempo para pensar

          “Tempo! Só queremos tempo, tempo, tempo… Queixamo-nos sempre de falta de tempo, falamos em perder tempo, ganhar tempo, pedir tempo… Bem que já era “tempo” de mudar e aproveitarmos melhor.” Retirado do blog no limiar das palavras.

          Não controlamos o tempo, o tempo é que controla a nós.

          Acordamos de manha, cheios de pressa para ir para a escola ou para o emprego, mas, quando lá chegamos, estamos sempre impacientes para que chegue a hora de sair. Outra coisa irônica é o fato de o tempo ser pouco, mas contamos mais tempo que dinheiro.

          Quem me visse a escrever isto agora, certamente, diria que já era muito tarde, que andei a perder tempo, este tempo todo, e que já não havia volta a dar. Mas a vida é como um relógio está sempre a girar e, ora estamos em cima, ora estamos em baixo e aquilo que nos falta é descobrir o “timing” certo para parar o relógio.

          Contudo, o que me faz mais confusão é o fato de o tempo ser uma coisa tão imaginária e relativa, mas ao mesmo tempo tão importante. Ora vejamos, eu pergunto as horas a alguém e essa pessoa olha para o relógio e vê 12:03, mas, naturalmente, vai-me dizer que é 12:05 e eu, naturalmente, registro como sendo 12:05. E agora? Vão existir dois tempos? E se existir só um, qual é que está certo?

          É por isso que eu digo que o tempo não existe e, se existe, não é para ser contado.

          Vivemos numa sociedade completamente drogada com o tempo, vemos tempo, ouvimos tempo, sentimos tempo. Se esta tendência não mudar vamos todos enlouquecer, com o tempo. Mas penso que a solução para isso é como o tema do meu texto, pode demorar, mas vai chegar, é tudo uma questão de tempo.

Por Josias Silveira da Silva
Caxias do Sul – Brasil
10/08/2009

quinta-feira, 14 de julho de 2011

INTERAGINDO

TRJ
Intervenção urbana*



Por que intervir na cidade? – Interferências refletem rupturas do cotidiano urbano e com os espaços “cinzas” que o concreto proporciona. Tudo isso provocado pela busca de uma nova situação, pela supressão dos padrões de medidas e da introdução de estruturas descontínuas e relações sem hierarquia. Enfim, liberdade. Nós pegamos o vazio e tentamos colori-lo. Todos aqueles espaços mortos, que geralmente passam despercebidos, começam a ser ressuscitados.

Tudo que acontece no meio urbano é uma intervenção. Desde o cara que vende bombons até aquele outdoor que vende refrigerante. O que diferencia o nosso trabalho dos demais é o caráter sumariamente estético conceitual, o resgate da vida e da humanidade.

Provocar tensões entre as diversas operações urbanas (respeitando evidentemente a unicidade e a dinâmica de cada uma delas), amplificar seu significado e impacto urbano, cultural e social, intensificando a percepção (crítica inclusive), por parte do cidadão comum, destes processos, é a intenção da intervenção urbana.

Quando um artista, conscientemente, altera o meio urbano, ele constrói o novo. A partir daí, aos olhos da população que desconhece a existência do artista, a obra parece ter parado ali por acaso.
Intervenções urbanas não podem se restringir às situações circunscritas e controladas, como as que caracterizam as exposições e os movimentos. Elas devem tratar com circunstâncias que escapam por completo ao seu domínio, com variáveis incalculáveis e escalas muito maiores do que as abarcadas pelas ações previstas. Lidam com sistemas e movimentos infinitamente mais amplos e complexos. Intervenções que visam, a partir de ações tensionadoras e articuladoras, reorientar tendências, redirecionar fluxos e dinâmicas urbanas, informa o publicitário Marcelo Podestá. Não é preciso legenda, a base é a subjetividade, quebra de rotinas, até mesmo da rotina de pensamento. A pessoa que passa na rua e vê uma intervenção, fica pensando naquilo por minutos, horas e até mesmo dias. Um novo movimento? Eu não acho, é só um barulho que tem sua ressonância evidenciada na atenção do pedestre, fala Marcelo Lustosa.

Conceito - O trabalho do interventor, apesar de ser evidenciado na cor, ultrapassa a imagem e chega a ser, para muitos de seus adeptos, um novo conceito estético. Para estes jovens, hoje toda experiência urbana implica ruptura, distância. Tentativa de articulação de um espaço fragmentado, através das intransponíveis barreiras entre suas partes. Intervalos que se produzem no interior da própria cidade.

Marcelo Podestá, que também aderiu ao barulho da intervenção, fala sobre união danosa entre publicidade e arte:
A arte usada pela propaganda possui um fim no dinheiro. Isto pode ser até bom, mas quando se escandaliza transforma tudo em logomarca. É uma mudança de valores, entende? Nós queremos ter como fim, não o dinheiro, mas a transformação.
Imagine quantos cartazes e comerciais, você é obrigado a ver todos os dias? Com o passar do tempo você vai se acostumando, e a propaganda vai aumentando para poder ser mais efetiva. Acho que vai chegar um dia que eles vão ter que pôr outdoors no céu.
Um canto de parede, um orelhão, uma placa esquecida ou um vão qualquer são nossos espaços. Tamanho não é documento e quanto mais inacessível estiver à obra, mais estranhamento ela vai gerar, avisa Marcelo Lustosa.

Técnicas – As técnicas usadas pelos interventores são muitas, desde o artesanato até o uso de adesivos. No Brasil as mais utilizadas são os Grafittes, o stencil e o lambe-lambe (cartaz).
Utilizamos em suas intervenções a técnica do stencil. Ela é muito simples. Você faz a forma do desenho em chapas de raios-x, ou moldes rígidos, dispõe a chapa na superfície e vasa os espaços com tintas.

Sociedade – Em relação às posições que a sociedade toma em face às intervenções: Muita gente aprova, e tem uma outra parcela que condena.
Responsabilidade – Causar hiatos na narrativa urbana, interrupções no seu contínuo histórico não é vandalismo. Assim como propaganda disfarçada de arte não é arte. O que nós buscamos são os espaços intermediários, os mais passivos, as zonas mortas. Aconselha Marcelo Podestá.

Queremos provocar rearticulações no desenho da cidade, pela conexão de elementos afastados, e não pela destruição dos já consolidados, informa Marcelo Lustosa.

Contribuições Textuais:
José Linhares Jr.
Marcelo Lustosa
Marcelo Podestá


*Este artigo foi escrito por Josias Silveira da Silva, integrante do Grupo TRJ.

A CIDADE E O PROCESSO...








Intevenções na cidade em 2008.