Por Josias Silveira da Silva (27/04/2008)
Quisera eu
Poder morrer mais uma vez
Pra ver de novo
O preto sair do armário
E o luto do guarda-roupa.
E que a luz proveniente da vela
Se acendesse em um dia de chuva.
Chuva que embaça os óculos de quem chora.
Choram por causa de nada,
Choram por causa de mim,
Choram por causa da vida,
Choram por causa da morte.
Minha morte???
Não, morte dos meus sonhos,
Dos meus desencantos futuros,
Dos meus amores frustrados,
Das minhas canções não cantadas,
E dos meus versos que morrem comigo.
E se ainda minha morte fosse...
... É, fosse assim algo relevante,
Algo importante para os que ficam
Aqueles que ficam “sem eira nem beira”,
Aqueles que morrem todos os dias,
Por minha causa? Não, acho que não...
Por causa destes que o destino fez matadores.
Matadores de pessoas? Não simplesmente.
Matadores da dignidade e da inteligência,
Matadores das virtudes e dos erros,
Matadores da alegria e da esperança,
Matadores da humanidade e da sobrevivência.
Matadores? Quem são eles? Onde estão e o que fazem?
Sim, matadores somos nós, e estamos aqui, fazendo... O quê?
NADA!!!
Exatamente NADA!
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